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De repente, lembrei-me que tinha um blogue… e vou usá-lo para partilhar algo importante dos meus últimos tempos desportivos: inscrevi-me num ginásio há uns meses, apesar de não haver muitas fotos que o comprovem!

Não, amigos do trail, não vos abandonei. Correr no mato, no monte, na lama, nas pedras, na água, no gelo, no calor, (…) continua a ser o meu desporto favorito, onde me sinto uma criança e onde as baterias se descarregam e carregam com alegria.

Porque me inscrevi? Por vossa causa!

Não só, mas também, claro. Se bem que a força não é o principal do meu trabalho, mas o conhecimento do corpo humano, de leis biomecânicas e de técnicas terapêuticas, lógico é se a minha postura for correta, tiver capacidade de passar várias horas de pé e não estiver a pensar nas dores que tenho, melhor será o meu trabalho. E foi com esses dois objetivos que entrei no ginásio: sofrer menos nos trilhos e resistir melhor a um dia de trabalho.

Tenho feito muita coisa desportiva diferente no ginásio, pois existe uma grande oferta hoje em dia em qualquer ginásio perto de nós. Às vezes faço treino de força nas máquinas, daquelas de levantar pesos, noutro dia vou à passadeira e ao martírio da elítica, mas também vou a aulas de grupo.

Hoje gostava de destacar uma das que vou menos, mas sinto que vou começar a ir mais: PILATES. O benefício que teríamos todos em ter esta aula na nossa vida…  Perdoem-me os peritos no assunto, prometo enviar o artigo para que seja corrigido por quem sabe, mas posso dizer que, durante a aula, são trabalhados músculos que gostamos de ignorar em qualquer postura sedentária. Podemos passar muito tempo a tonificar músculos que nos vão ficar a matar quando chegar o verão, mas se não tivermos atenção ao nosso corpo, podemos estar a criar desequilíbrios que nos podem trazer algumas consequências.

No Pilates, trabalhamos a musculatura abdominal profunda (lamento, esta não se vai ver quando formos à praia), estabilizadora da coluna e do corpo, mas também a flexibilidade de outros grupos musculares sem o sofrimento do que conhecemos classicamente como alongamentos. A aula realiza-se através de movimentos repetidos e de forma lenta, mas também com uma respiração que ajuda à eficácia do movimento. No final, se forem como eu, acabam a aula transpirados!

Para atletas que seguem planos de treinos exigentes, com força, cardio, rampas, séries, piscinas, etc, uma aula destas seria o descanso ativo que o vosso corpo poderia precisar. Quem sabe se esta aula não vos pode salvar a carreira desportiva, prevenindo alguma lesão?

Em resumo, os benefícios que sinto no Pilates:

  • aumento os meus graus de mobilidade (flexibilidade)
  • melhoro a minha postura
  • trabalho músculos estabilizadores
  • completo o meu treino
  • melhoro a minha respiração
  • foco-me no meu corpo
  • descanso de outros exercícios mais pesados
  • conheço novas pessoas

Recomendo!
Mas procurem um instrutor que saiba do assunto, que vos dê níveis de intensidade que vos façam ir um pouco mais longe ou que não vos obriguem a ir para além do que o corpo permite.

20/Mai/2024
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Correr em trilhos – trail running – é algo que o ser humano faz desde sempre, mesmo quando vivíamos nas cavernas. Primeiro que tudo, nessa altura não havia estradas nem agricultura, logo, basicamente tudo era mato e os locais de passagem habituais iam ficando mais desgastados com as pisadas e crescia menos erva. Esses caminhos eram, portanto, senhores e senhoras, os trilhos!

Num pequeno exercício de imaginação, calculo que mesmo na pré-história não fosse agradável levar com a água da chuva no pêlo, por mais pêlo que pudéssemos ter. Eu olho bem para a minha cabra Myrcella quando chove e ela não gosta de chuva! Ora, quando chovia, o ser humano corria; para caçar, não era com a sua força que apanhava um veado, por isso, para caçar, o ser humano corria; o homem que prometia que chegava a casa antes do pôr do sol para limpar a caverna antes do jantar, corria ainda mais! Muitos anos depois, a lenda da origem da Maratona, coloca o soldado Fidípides a correr a distância de 42km, entre as cidades de Maratonas e Atenas, para avisar os atenienses que os persas vinham lá. Para passar o exército persa terá que ter corrido por montes e vales, mato e ribeiros e mesmo que tenha posto um pé na estrada, duvido que hoje se chamasse propriamente estrada. Fidípides era um trailrunner e é com grande alegria que hoje posso dizer que também sou!

 

Ouvi falar desta modalidade através do blogue do meu amigo José Guimarães – De Sedentário a Maratonista – e os meus olhos brilhavam quando lia algo sobre correr no monte! Era um misto de “como se fosse possível andar a correr distâncias dessas em sítios onde mal se põe um pé…” com “tão lindo!! <3“. A primeira vez que me vi a participar numa prova de trilhos…. senti-me um miúdo, algo espiritual, viajei para um lado qualquer, parecia que não estava em mim, como se estivesse ligado a uma corrente elétrica qualquer. Recentemente, depois de muitas mudanças na minha vida, conheci um homem extraordinário – Manuel Maneira – que se referia à sociedade como cheia de pessoas que escolheram desligar-se do mundo e nestas palavras percebi o que senti nesse dia. Voltei a ligar-me ao mundo e à natureza. Estar ali era o lugar de onde nunca devia ter saído!

E desde que corro em trilhos, a minha vida é mais bonita. Fui a sítios onde nem a pé pensava ser possível ir e a outros que nem acreditava que existiam. Conheci uma multidão de gente que partilha, cada um à sua maneira, da mesma ligação à natureza. Participei em provas mais e menos longas e quero continuar a fazê-lo por muito tempo. Os trilhos levaram-me a descobrir locais, sim, mas também muito sobre mim próprio e sobre a humanidade. Para mim, a vida faz mais sentido se estivermos ligados ao planeta em que vivemos, se percebermos a fundo como funciona e como dependemos dele e, de certa forma, que somos mesmo como ele.

Não é o meu objetivo passar a mensagem de que apenas nos trilhos podemos sentir realização no exercício físico. Conheço pessoas fantásticas que o sentem em atividades completamente diferentes. O que eu gostava era mesmo que cada um descobrisse o que o faz ser mais e se agarrasse a isso. O mundo seria melhor!     

 

20/Mai/2024
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Após 10 anos em negação, há uns meses atrás decidi aventurar-me no meu próprio quintal.

Tinha erva mais alta que eu e árvores de fruto dominadas por silvas e eras, não se via 1cm de terra e a determinado ponto, era impossível avançar. Então decidi passar os meus tempos livres a ir até lá abaixo, a abrir caminho e a seguir um dos primeiros princípios da permacultura: parar e olhar em redor! (oiçam esta música do Charlie Magee!)

Fui vendo insetos e pequenas plantas selvagens que já conhecia como comestíveis – não comam o que não conhecem, está bem??? -, fui tirando fotos aqui e ali, mas acima de tudo fui assumindo a responsabilidade de arregaçar as mangas da camisa e tentar fazer algo pelo planeta. Nasceu a Quintinha da Esperança!

“Nós somos inteligentes mas não somos os inteligentes.

Fazemos parte de um sistema que é inteligente.” Ernst Gotcsh – A vida em sintropia (clique para ver o vídeo)

Assumimos algo que é muito grande: queremos mudar o mundo!, porque acreditamos que pode ser melhor que este em que vivemos. Mas não estamos sozinhos nisto e já há muitos sinais de que é possível!

A agricultura que praticamos tem técnicas simples, de auscultação da natureza, para integrar mais do que segregar, imitar mais do que inventar. Não usamos agroquímicos e não tratamos os insetos como pragas. Depois de alguns meses a acreditar, temos uma explosão de vida na nossa horta e é bom receber de volta os frutos do nosso trabalho e recebê-los em abundância! <3 E não sabemos nada ainda sobre como tratar da horta!

Cliquem aqui para fica a conhecer melhor o percurso que temos feito, através do álbum do facebook.

 

 

 

20/Mai/2024
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Muito rapidamente, a receita que vos apresento leva morangos e creme de coco, que é uma mistura de óleo de coco e geleia de agáve, tudo batido com gelo e servido na hora. Pode levar hortelã para ficar com um sabor fresco prolongado.

Foram os meus primeiros morangos da época e quase que serão os únicos… É o post mais triste que já escrevi neste blog, porque me deparo com uma realidade enorme, um monstro grande demais que precisa de toda a nossa energia, nem que para isso a luta passe por deixar de comer morangos.

Nos EUA fizeram um estudo para perceber quais os 12 frutos mais contaminados (clicar aqui para ver o estudo acerca dos Dirty Dozen realizado pelo Environmental Working Group para 2017) e desde há vários anos que os morangos encabeçam a lista. E eu lembro-me bem de nesta altura do ano, quando era pequenino e íamos no velhinho Mini, pararmos na zona de Benfica do Ribatejo ou Almeirim e por toda a parte haver bancas de morangos e compravamos caixas com vários quilos…

Clicar aqui para ver um estudo sobre os morangos, que me deixa em lágrimas – “o que é pior, é que os produtores de morangos aplicam doses tão volumosas de gases venenosos que nos deixam boquiabertos – criados para a guerra química, mas agora proibidos pela Convenção de Genebra – para esterilizar os campos antes de cultivar, matando todas as pestes, ervas mas também todas as outras formas de vida existentes no solo.

Sinto-me enganado por uma indústria alimentar que não nos quer alimentar, que construiu uma cultura de facilidade de acesso e de abundância, mas que apenas não é mais que enganar as pessoas… E agora percebo porque é que os mesmos laboratórios que produzem agroquímicos produzem também medicamentos. E se fosse assim tão inofensivo, estaria facilmente disponível ao público geral a lista dos produtos usados na agricultura convencional.

Aponto aqui um caminho que penso ser o melhor a seguir para mudarmos alguma coisa:

  1. Deixar de comprar morangos em supermercados ou em megabancas de beira da estrada que não tenham o
    selo da certificação biológica.
  2. Procurar produtores locais e perceber o tipo de agricultura que praticam, isto porque mesmo que seja um velhinho simpático, isso não significa uma ausência de químicos na agricultura (por exemplo, um senhor que tem 80 anos agora tinha 15 anos quando as mondas químicas entraram em Portugal já de forma algo agressiva).
  3. Pagar o preço justo a um produtor local e não comparar o preço com as promoções que os supermercados fazem (porque estarão a comparar produtos incomparáveis).
  4. Produzir os próprios morangos, nem que seja em vasos na varanda ou num bocadinho no quintal.
  5. Comprar morangos livres de agroquímicos nesta altura do ano e congelar para os próximos tempos.

Desculpem-me se não fui muito positivo, mas olhando à volta, o mundo não é animador.

Comam morangos, porque fazem bem, mas dos bons! Os outros, não são morangos…

O doce estava muito bom, experimentem!


O selo da certificação biológica é assim:

 

 

 

 

A minha galinha Beyoncé aparece aqui neste artigo, por ter comido os morangos todos do meu vizinho…

 

20/Mai/2024
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Hoje foi dia de voltar a doar sangue!

O meu percurso como dador começou pelos vinte e poucos, ainda escuteiro em Riachos, nas recolhas que organizávamos. A motivação principal mantem-se: alguém pode precisar e cá estou eu a dar o litro por essa pessoa (mais exatamente 450ml).

Algumas questões que tive antes de abraçar esta causa:

  1. O sangue que nos tiram não nos faz falta?
  2. Será que dói?
  3. E quem tem medo de agulhas ou pavor a sangue?
  4. Vou perder o dia todo num hospital?
  5. Para que servirá o meu sangue?
  6. O que é que eu ganho com isso?

Posso dizer que em todas as vezes que me dirigi a estes serviços fui tratado de forma bastante humana, com tempo necessário para me responderem às questões e todos os profissionais foram excelentes e anormalmente simpáticos para o que se vê nos corredores desta vida atarefada. Hoje uma assistente operacional desejou-me os bons dias duas vezes com um sorriso e depois voltou atrás toda sorridente a perceber que tinha repetido a bondade e rimos juntos. Ora, deixo um esboço de resposta para quem possa ter as mesmas dúvidas que eu tive:

  1. Primeiro, ninguém nos tira sangue, somos nós que o damos! 🙂 Mas, de facto, o sangue faz parte de um circuito fechado, na minha opinião, lindo e perfeito e à partida não seria boa ideia retirar 9% do volume global de sangue que temos (450ml de cerca de 5L). Mas ao que parece, há muitos benefícios para o nosso corpo pois estimula a produção/renovação de células sanguíneas e previne algumas doenças cardiovasculares e funcionamento de alguns órgãos como o pâncreas e o fígado. Para nossa segurança, depois de um inquérito fazem-nos uma rápida e indolor análise ao nível de hemoglobina e tensão arterial para garantir que estamos saudáveis e em condições de fazer a nossa dádiva em segurança.
  2. Dói a picada inicial, mas é só mesmo uma picada. Depois só temos que abrir e fechar a mão enquanto conversamos com alguém na sala, normalmente simpático. Há pessoas que se sentem mal, normalmente com tonturas, mas nada como corrigir a posição na cadeira e levantar um pouco mais as pernas para melhorar no imediato os sintomas.
  3. Não dá para fazer sem agulhas, mas já presenciei de uma situação de uma mulher cujo coração era maior que o medo de agulhas: pediu que tapassem tudo para que não visse e fez um esforço emocional para passar por cima daquela situação, em nome da dádiva! Que força!
  4. Infelizmente, os serviços não têm uma afluência enorme, pelo que o processo todo é bastante rápido. N
  5. Servirá para salvar vidas, feito apenas ao alcance dos super-heróis e é o que somos!
  6. Principalmente, isto não é uma questão sobre nós, mas sobre quem precisa de nós. Mas também temos algumas vantagens: ganhamos mais saúde; não pagamos algumas taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde; temos direito a tempo de trabalho para realizar a nossa dádiva; temos uma consulta médica à borla e passado um tempo recebemos em casa os resultados da análise ao sangue; ganhamos karma-points (como diz o meu amigo João Henriques, dos Biovivos), porque isto de salvar vidas tem que nos trazer algum benefício!

(sala de recolhas do Hospital Rainha Santa Isabel, Torres Novas)

Tenho um desejo: gostava que pelo menos uma pessoa fosse dar sangue por ter lido este texto!

Agradecimento final a toda a equipa do serviço de recolha de sangue do Hospital de Torres Novas!

 

Para saber mais, clique aqui: Instituto Português do Sangue

20/Mai/2024

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