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Após 10 anos em negação, há uns meses atrás decidi aventurar-me no meu próprio quintal.

Tinha erva mais alta que eu e árvores de fruto dominadas por silvas e eras, não se via 1cm de terra e a determinado ponto, era impossível avançar. Então decidi passar os meus tempos livres a ir até lá abaixo, a abrir caminho e a seguir um dos primeiros princípios da permacultura: parar e olhar em redor! (oiçam esta música do Charlie Magee!)

Fui vendo insetos e pequenas plantas selvagens que já conhecia como comestíveis – não comam o que não conhecem, está bem??? -, fui tirando fotos aqui e ali, mas acima de tudo fui assumindo a responsabilidade de arregaçar as mangas da camisa e tentar fazer algo pelo planeta. Nasceu a Quintinha da Esperança!

“Nós somos inteligentes mas não somos os inteligentes.

Fazemos parte de um sistema que é inteligente.” Ernst Gotcsh – A vida em sintropia (clique para ver o vídeo)

Assumimos algo que é muito grande: queremos mudar o mundo!, porque acreditamos que pode ser melhor que este em que vivemos. Mas não estamos sozinhos nisto e já há muitos sinais de que é possível!

A agricultura que praticamos tem técnicas simples, de auscultação da natureza, para integrar mais do que segregar, imitar mais do que inventar. Não usamos agroquímicos e não tratamos os insetos como pragas. Depois de alguns meses a acreditar, temos uma explosão de vida na nossa horta e é bom receber de volta os frutos do nosso trabalho e recebê-los em abundância! <3 E não sabemos nada ainda sobre como tratar da horta!

Cliquem aqui para fica a conhecer melhor o percurso que temos feito, através do álbum do facebook.

 

 

 

20/Mai/2024
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É muito bom quando nos pedem para sermos criativos e nos dão liberdade – e alimentos – para isso! Apresento-vos uma experiência que fiz com o seitan que a DaFlori me fez chegar.

Para além da oferta de alguns produtos, recebi o convite e a responsabilidade de ir cozinhar ao stand da Da Flori na Feira Nacional da Agricultura que irá ocorrer entre os dias 10-18/junho, em Santarém. 

Normalmente não sou consumidor de seitan devido à elevada percentagem de glúten, por isso fica o ALERTA de que esta receita não é para doentes celíacos ou intolerantes ao glúten. Por outro lado, não é crime nenhum comer alimentos com glúten, já que o fazemos sempre que comemos alimentos com trigo, centeio ou cevada. Se quisermos comer seitan, então recomendo que não o façamos com outros alimentos que contenham glúten (massa, pão, tartes…).

Já não é a primeira vez que estou empenhado em conciliar a gastronomia típica ribatejana com uma alimentação vegetariana ou, pelo menos, a dar a provar um prato vegetariano sem levar um tiro – no sentido figurado, claro… isto não é o faroeste! – e tentar surpreender o ribatejano mais convicto!

A tentativa aqui foi a de criar uma alternativa a um prato que se come muito por aqui: carne de porco à portuguesa (tipo à alentejana sem as ameijoas). A carne passou a seitan e a batata frita que escolhi foi a doce. Fiz algo assim:

  1. Logo a seguir ao pequeno-almoço cortei o seitan aos cubos e coloquei numa taça juntamente alho picado, massa de pimentão, louro e vinho branco do Ribatejo. Ah… como é bom o cheiro a vinha d’alho pela manhã!
  2. Já na hora de almoço cortei batatas doces em cubos e fritei-as em azeite na frigideira até ficarem douradinhas. Atenção: não é preciso mergulhar a batata doce numa fritadeira; foi quase salteado…
  3. No meu tacho preferido, levei o seitan escorrido ao azeite e adicionei alguma couve-flor. Um pouco depois juntei o resto da vinha d’alho e deixei cozinhar um pouco ao som do melhor fandango de sempre – d’Os Camponeses de Riachos, claro!
  4. Passados uns minutos, desliguei o lume e envolvi as batatas doces fritas e bem escorridas.
  5. Servi com uma salada crua de couve kale, pimento vermelho, beterraba e curgete.

Parece bem?

Este é o fandango!

Lembro-me do Zé Triguinho me ter pedido para passar uns quantos VHS para DVD e quando vi alguns momentos que me eram tão queridos, vi-os com as lágrimas a correr pela minha cara. Hoje o Zé já não está connosco. O campino corpulento à direita no vídeo faleceu recentemente com apenas 50 anos e foi dançar para a eternidade com o velhote do lado esquerdo, o Veríssimo! São lindos e tenho saudades deles!

 

20/Mai/2024
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(Acredito que a alimentação saudável
Não tem que ver só com nutrientes
Por um planeta mais sustentável
Precisamos de crianças conscientes.)

Durante a confeção,
Enquanto estava na cozinha,
Chamei o meu rapaz
Para cheirar a comidinha.

É um miúdo sensível,
Com um olfato apurado,
Seria uma grande ajuda
Para ver se ficar bem temperado.

Olhem o que disse o petiz,
De seu nome Simão:
“Isto não se cheira com o nariz,
Mas sim com o coração”

20/Mai/2024
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Muito rapidamente, a receita que vos apresento leva morangos e creme de coco, que é uma mistura de óleo de coco e geleia de agáve, tudo batido com gelo e servido na hora. Pode levar hortelã para ficar com um sabor fresco prolongado.

Foram os meus primeiros morangos da época e quase que serão os únicos… É o post mais triste que já escrevi neste blog, porque me deparo com uma realidade enorme, um monstro grande demais que precisa de toda a nossa energia, nem que para isso a luta passe por deixar de comer morangos.

Nos EUA fizeram um estudo para perceber quais os 12 frutos mais contaminados (clicar aqui para ver o estudo acerca dos Dirty Dozen realizado pelo Environmental Working Group para 2017) e desde há vários anos que os morangos encabeçam a lista. E eu lembro-me bem de nesta altura do ano, quando era pequenino e íamos no velhinho Mini, pararmos na zona de Benfica do Ribatejo ou Almeirim e por toda a parte haver bancas de morangos e compravamos caixas com vários quilos…

Clicar aqui para ver um estudo sobre os morangos, que me deixa em lágrimas – “o que é pior, é que os produtores de morangos aplicam doses tão volumosas de gases venenosos que nos deixam boquiabertos – criados para a guerra química, mas agora proibidos pela Convenção de Genebra – para esterilizar os campos antes de cultivar, matando todas as pestes, ervas mas também todas as outras formas de vida existentes no solo.

Sinto-me enganado por uma indústria alimentar que não nos quer alimentar, que construiu uma cultura de facilidade de acesso e de abundância, mas que apenas não é mais que enganar as pessoas… E agora percebo porque é que os mesmos laboratórios que produzem agroquímicos produzem também medicamentos. E se fosse assim tão inofensivo, estaria facilmente disponível ao público geral a lista dos produtos usados na agricultura convencional.

Aponto aqui um caminho que penso ser o melhor a seguir para mudarmos alguma coisa:

  1. Deixar de comprar morangos em supermercados ou em megabancas de beira da estrada que não tenham o
    selo da certificação biológica.
  2. Procurar produtores locais e perceber o tipo de agricultura que praticam, isto porque mesmo que seja um velhinho simpático, isso não significa uma ausência de químicos na agricultura (por exemplo, um senhor que tem 80 anos agora tinha 15 anos quando as mondas químicas entraram em Portugal já de forma algo agressiva).
  3. Pagar o preço justo a um produtor local e não comparar o preço com as promoções que os supermercados fazem (porque estarão a comparar produtos incomparáveis).
  4. Produzir os próprios morangos, nem que seja em vasos na varanda ou num bocadinho no quintal.
  5. Comprar morangos livres de agroquímicos nesta altura do ano e congelar para os próximos tempos.

Desculpem-me se não fui muito positivo, mas olhando à volta, o mundo não é animador.

Comam morangos, porque fazem bem, mas dos bons! Os outros, não são morangos…

O doce estava muito bom, experimentem!


O selo da certificação biológica é assim:

 

 

 

 

A minha galinha Beyoncé aparece aqui neste artigo, por ter comido os morangos todos do meu vizinho…

 

20/Mai/2024
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Primeiro que tudo, este prato com tofu estava delicioso e fazia mesmo lembrar aquela comida do campo. Oh… comidinha da tradição portuguesa, que não tens que ser assim tão má para a saúde… 🙂

Já não comia batatas há muito tempo. Estavam na categoria da carne e do peixe que nunca mais entraram cá em casa. Mas vieram como oferta e entram na categoria do saudável por não terem sido produzidas com químicos, pelo que nesse aspeto, poupamos os sistemas imunitário e endócrino. Por outro lado, aviso já que batatas no forno, especialmente sem pele, têm um índice glicémico muito elevado, pelo que o pâncreas terá de trabalhar umas horas extra para devolver o equilíbrio dos açúcares ao corpo.

Posto isto, como se faz esta maravilha?

É assim:

  1. Lavam-se bem as batatas, se possível todas com casca para evitar mais estragos e conservar algumas das suas melhores propriedades, já que não é um alimento muito interessante. Põem-se num tacho com água fria e leva-se ao lume, deixando ferver vários minutos, naquela antiga técnica de cozinha chamada “entaladela” (na verdade, devíamos dizer “encalidela”, mas estamos aqui a falar da tradição portuguesa! Já que não vamos pôr bacalhau na receita, não é preciso dar cabo das palavras!)
  2. Liga-se o forno a 170ºC.
  3. Pica-se broa de milho com alho e coentros.
  4. Corta-se em cubos: tofu, cogumelos frescos, cebola. Tempera-se com açafrão-das-índias, pimenta preta, alho picado, orégãos e sal e envolve-se em azeite.
  5. Coloca-se este mix de tofu de um lado de uma coisa de ir ao forno e as batatas pre-cozidas do outro.
  6. Cobre-se o mix com a broa e salpica-se de azeite as batatas.
  7. Vai ao forno até a broa ganhar uma corzinha.
  8. Serve-se, por exemplo, em cima de uma cama de feijão, a acompanhar com uma salada de couve branca crua e Biovivos – oh amados biovivos! – ou então, com uma alface acabada de apanhar do quintal!

O que é que é difícil de fazer neste prato? De facto, demora mais tempo no forno do que a preparar tudo o resto.

Para a tradição portuguesa, o único alimento exótico aqui é o tofu. Custa em média 2€ e qualquer coisa o quilograma, e é fácil encontrar em qualquer supermercado daqueles grandes ou então em lojas de produtos bio. É uma boa fonte de proteína e quase todos os que se vendem são de origem biológica. As pessoas que me dizem que não comem soja, porque 90% é trangénica, e que continuam a comer carne, especialmente adquirida em grandes superfícies ou cadeias de fast-food, indiretamente estão a consumir a soja que condenam, pois esta é produzida para alimentar a enorme e asquerosa cadeia de produção animal. Não quero parecer duro demais, mas é mesmo isso.

Se gostam de comida bem portuguesa, é só atar o avental, arregaçar as mangas e pôr mãos à obra! É tão simples que não vos vai deixar mal…

20/Mai/2024
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Crescer no Ribatejo é aprender a cozinhar feijoada antes de saber estrelar um ovo…

…entre outras coisas, claro!

Fiz parte do Corpo Nacional de Escutas desde os 6 aos 22 anos e por não ter muito jeito para fazer nós ou força para ir à lenha, restavam-me as tarefas de cozinhar e ir às flores. Passados estes anos, pelos vistos, ainda se notam os efeitos dessas aprendizagens, mesmo que as visse como um martírio na altura.

É muito normal, quando reencontro antigos chefes, ouvi-los falar da nossa Patrulha Cão e logo logo mencionarem as nossas feijoadas! Era obrigatório em todos os acampamentos.

Mas a vida dá umas voltas e hoje algumas das minhas opções não são as tipicamente ribatejanas. Às vezes digo, em tom de brincadeira, que é proibido ser vegetariano no Ribatejo ou que se pedir algo com tofu em alguns restaurantes posso ser corrido de lá. E se por um lado isso se passa em alguns, por outro, aqui e ali vão surgindo alguns casos de pessoas que se preocupam e que querem apresentar a opção vegetariana. Deixo aqui o meu contributo, como exemplo de que é possível apresentarmos um prato saboroso, saudável e barato sem termos que deixar as pessoas com fome.

Feijoada não é carne, é feijão, e este está cheio de proteínas, por isso não fica a faltar nada nutricionalmente falando.

A minha feijoada foi muito fácil de fazer:

  1. Demolhei feijão branco e feijão azuki (era o que tinha em casa! usem os que preferirem) durante 10h e cozi sem qualquer tempero na panela de pressão.
  2. Salteei em azeite couve flor, cebola roxa e alho.
  3. Reguei com molho de soja (o sal da receita vem daqui!)
  4. Juntei cogumelos frescos.
  5. Adicionei um pouco de vinho tinto.
  6. Bebi um copo de vinho tinto.
  7. Depois de ferver e deixar evaporar o álcool, temperei com bastante açafrão-das-índias, pimenta preta, cominhos e um mix de ervas aromáticas.
  8. Juntei o feijão cozido.
  9. Servi com arroz basmati integral e aquele vinho com que ajudei a guisar (diz que vai buscar os sabores).
  10. Deliciei toda a gente que provou!

Não leva toucinho, nem chouriço de espécie alguma, nem vestígios de carne de porco como aquelas que fazia nos escuteiros. Para quem tem uma relação emocional com a feijoada como eu tenho, pode ir buscar os sabores às ervas aromáticas e até pôr um pouco de picante no prato. Comigo resulta em parte, porque nunca vou buscar a textura da carne. Aí, penso nos benefícios em termos de saúde e sustentabilidade ambiental que estão perfeitamente acima da minha simples vontade de comer carne e tudo se resolve e posso fruir da minha refeição com prazer.

 

 

 

Para saber mais:

 

Quando se defende tanto a proteína animal e a falta que faz na alimentação humana, podia pensar-se também na quantidade de gordura que se ingere na carne e que, na minha opinião e no caso que apresento, é o que nos fará pior numa feijoada. (Clicando na foto, têm acesso a toda a informação nutricional dos alimentos na base de dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.)

 

20/Mai/2024
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Mais uma vez, não tenho quantidades certas, por isso este post é mais um apelo a ir para a cozinha sujar tudo e tentar que saia algo de bom e saudável do que propriamente uma receita infalível do melhor bolo de chocolate de sempre. Mas convém dizer que este saiu muito bem! Tento aqui fazer uma pequena reflexão com um exemplo prático de como não temos que castigar o nosso corpo em nome do prazer que nos dá comer uma fatia de bolo de chocolate.

Vamos lá!

De acordo com uma análise pouco precisa feita por mim, mas que penso que não fugirá muito da realidade, normalmente um bolo leva:

  • farinha de trigo, nutricionalmente muito pouco interessante, com muito glúten, que nos causa uma série de problemas a nível da permeabilidade intestinal, importantíssima para a absorção dos nutrientes;
  • açúcar branco, que é o mais usado de todos, mas mesmo que optemos pelo amarelo, mascavado, mel, geleias disto ou daquilo, estamos sempre a colocar algo com indícies glicémicos elevados que, por outras palavras, vai colocar o nosso pâncreas em pânico para combater aquilo que o nosso corpo identifica como uma agressão;
  • vários ovos e óleo;
  • forno a 180ºC

Apoiado na ideia de que fazer as coisas com amor tudo é melhor, mas também com os princípios do que deve constar de um bolo para ter aquela consistência e com a saúde em primeiro plano, fui para a cozinha fazer isto:

  • num processador, triturei pasta de tâmaras, com a casca de um limão, farinha de arroz, farinha de alfarroba, farinha de beterraba, cacau cru em pó;
  • como me deram uma abóbora enorme, triturei abóbora com dois ovos de galinhas felizes e misturei com o preparado anterior;
  • juntei azeite e linhaça moída e mexi bem;
  • adicionei pepitas de cacau cru e uma colher de fermento (ajudem-me a substituir isto, por favor!) e envolvi tudo;
  • foi ao forno a 170ºC durante o tempo que foi preciso, talvez 30min.

Para explicar melhor a atitude por trás do bolo:

Não coloquei açúcar nenhum, pois usei dois ingredientes que me ajudaram a adoçar: pasta de tâmaras e farinha de alfarroba.

Não precisei de muitos ovos, porque a linhaça moída em contacto com a água, neste caso a que está naturalmente na abóbora ganha ma consistência viscosa e ajuda a ligar a massa. Também não usei um óleo qualquer, pouco amigo do ambiente e da saúde, mas usei uma das melhores gorduras que é o azeite e foi por isso mesmo que a temperatura do forno foi mais baixa, para que esta gordura mantenha as suas qualidades intactas.

O bolo ficou fantástico, ligeiramente rosado por causa de beterraba.

 

20/Mai/2024
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Nuestros hermanos que me perdoem, mas decidi alterar um pouco a receita da sua tão amada tortilla de patata! Olé!

Ponto prévio, especialmente para os leitores exclusivamente vegetarianos: este blogue não é exclusivamente vegetariano!

Aqui em casa temos uma alimentação de base vegetal, o que não significa que somos vegetarianos. Acima desse princípio, temos noção da crueldade com que as galinhas são tratadas na maioria dos casos, em nome do lucro puro e duro. Assim, os ovos que comemos são de galinhas vivem ao ar livre, com abrigos espaçosos, alimentação biológica certificada, com princípios de sustentabilidade e criadas por boas pessoas que temos o prazer e o privilégio de conhecer há já uns bons anos!

Quando é que cozinho esta tortilha?
Quando não tenho tempo para cozinhar… A bem dizer, quando cozinhava peixe ou carne tudo demorava muito mais a cozinhar e a lavar. Nesse aspeto, quando dizem que comer menos carne e peixe nos dá mais tempo de vida, penso que deviam equacionar também o tempo que poupamos com essa opção!

Como é que eu cozinho esta tortilha?
Aqui vamos nós:

  1. pico bem cebola e alho e reservo, pois só vou utilizar 10 minutos depois, para que os superpoderes destes alimentos sejam libertados – alicina, para os mais técnicos…
  2. corto em cubinhos batata doce e em cubinhos mais pequenos beterraba, pois tem um tempo de cozedura maior e levo-os ao lume, em azeite, por apenas alguns minutos; vão ver que cozem depressa;
  3. adiciono a cebola e o alho, envolvo para que os sabores e as cores se misturem um pouco;
  4. adiciono cenoura laminada com o descascador;
  5. adiciono couve flor crua logo a seguir;
  6. dou-lhe 1-2min de namoro;
  7. adiciono couve lombarda crua cortada às tirinhas;
  8. adiciono ovos batidos e envolvo até que chegue a toda a frigideira;
  9. tempero com um pouco de sal, açafrão das índias (conhecido também por curcuma!) e pimenta preta.
  10. Quando o ovo começar a cozinhar nas extremidades da frigideira, tiro do lume e tapo para acabar por si.
  11. Neste momento, chamam-se os pequeninos para a mesa para comer a sopa e no fim sirvo às fatias da frigideira ou passo para um prato grande.

Pode comer-se sem acompanhamento, mas também é bom com uma salada. Nesta altura do ano, o meu quintal está cheio de plantas comestíveis!

As quantidades aqui não são muito importantes. A frigideira deverá estar cheia e os ovos não têm obrigatoriamente que cobrir tudo.

Enjoy!

20/Mai/2024
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Passava da meia noite e, em vez de sono, tinha fome…

É uma combinação muito perigosa: casa às escuras, uma fome daquelas, ninguém a ver,… perfeito para um assalto épico!

Mas a minha despensa já não tem pseudo-relíquias daquelas que costumava assaltar… não tem bolachas, nem chocolates, batatas fritas, pipocas… Felizmente aprendi a defender-me de mim próprio!

Só que assaltei na mesma… e encontrei um fundo de frasco de uma mistura de frutos secos. Aquela mistura levemente torrada de amêndoa, avelã e caju teria que servir para concretizar aquele assalto noturno, mas era tão pouco que quando chegasse ao sofá restaria apenas a sua memória…

Então pensei porque razões tenho ali os frutos secos: os meus filhos gostam deles, é melhor que ter rebuçados em casa, são fontes energéticas melhores e mais duradouras… Isso tudo iria acabar se comesse aquela sobra de frutos secos… Não podia ser!

Avental!

  1. Triturei: 2 bananas, pasta de tâmaras, 100g de farinha de arroz, 50g de farinha de aveia.
  2. Adicionei a esta pasta: os frutos secos grosseiramente picados, passas de uva, pepitas de cacau cru, um pouco de sumo de limão e azeite.
  3. Fiz bolinhas.
  4. Levei ao forno pré-aquecido a 170ºC, mais ou menos 10 minutos.
  5. Depois de retirar, abafei num saco do pão para de manhã estarem ainda fofos.

Cá em casa usamos uma expressão, inventada pelas crianças, para  descrever algo que está bonito e delicioso: belicioso! E estes bolinhos estavam mesmo! Beliciosos!

Seguramente, vou fazer mais vezes…

 

20/Mai/2024
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O que fazer quando há sobras no frígorífico e o quintal está cheio de vida?

Hambúrgueres e salada de plantas selvagens comestíveis!!
Ou bolos, como os meus filhos chamam…

A verdade é que o meu agricultor já tinha algumas batatas doces sem aquela apresentação para vender no mercado e deve ter acrescentado um pouco mais à encomenda e, então, ontem assei algumas… Também tinha feijão azuki cozido e cogumelos frescos que corriam o risco de deixar de ser assim tão frescos… E um fundo do saco de quinoa que já não era suficiente para uma refeição para mais que uma pessoa e foi sendo esquecida…

Então fiz assim os hambúrgueres assim:

  1. cozi aquele restinho de quinoa – 1 parte de quinoa para duas de água – em lume brando até a água desaparecer;
  2. juntei batata doce assada e sem pele, o feijão azuki cozido, os cogumelos e a quinoa cozida, um pouco de azeite e triturei tudo;
  3. temperei com cominhos e sal;
  4. fiz bolinhas com a ajuda de um pouco de farinha de arroz que ia pondo nas mãos só para a massa não agarrar muito aos dedos;
  5. polvilhei com uma mistura de ervas aromáticas que comprei na loja Sabores a Granel e umas quantas sementes de abóbora;
  6. coloquei no tabuleiro do forno em cima de papel vegetal e foi lá para dentro a 170ºC durante “algum” tempo.

A salada foi um processo bem mais bonito:

  1. fui ao quintal e apanhei morugem, umbigos de vénus, rumex acetosa, salsa e acelgas;
  2. fiz festas à cabra e à galinha;
  3. tirei fotos a flores pequeninas;
  4. vim para casa, lavei bem, juntei tudo numa taça;
  5. adicionei cenoura e frutos secos;
  6. obviamente que Biovivos de girassol tinham de entrar na festa;
  7. temperei com azeite.

Depois disso, foi só comer!

Para os que me vão dizendo que com esta comida se passa fome, aqui em casa temos todos autorização para repetir até haver, mas de qualquer forma, comemos sempre sopa. 🙂

Peço desculpas pois, para além da temperatura do forno,  que raramente passa os 170ºC para não queimar o azeite todo e retirar-lhe todas as suas boas propriedades, não deverão ver por aqui muitas quantidades nem tempos de forno, porque são coisas que não controlo. Nada melhor que aventurar-se e não impor grandes limites à criatividade na cozinha, desde que os alimentos sejam de boa qualidade e benéficos.

Até breve!

20/Mai/2024

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